A Liberdade guiando o povo.

A Liberdade guiando o povo.
Delacroix é considerado o mais importante representante do romantismo francês. Na sua obra convergem a voluptuosidade de Rubens, o refinamento de Veronese, a expressividade cromática de William Turner e o sentimento patético de seu grande amigo Géricault. O pintor, que como poucos soube sublimar os sentimentos por meio da cor, escreveu: "…nem sempre a pintura precisa de um tema". E isso seria de vital importância para a pintura das primeiras vanguardas.

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terça-feira, 21 de abril de 2015

A Vida, o Amor e a Morte do Trovadorismo ao Romantismo


Trovadorismo


Vida:
      O Trovadorismo foi marcado pelo feudalismo,  sua temática estava relacionada  aos valores culturais e aos comportamentos difundidos da cavalaria feudal. No feudalismo fica marcada  a hierarquia do suserano, pois há um grande distanciamento entre as classes sociais.  Os poemas tinham o intuito de retratar a vida aristocrática nas cortes portuguesas.

O Amor e a Morte:  

           Durante o Trovadorismo foi criado o Amor Cortês, nas cantigas desse período eles demonstraram o amor entre o cavalheiro medieval e sua donzela. Nas cantigas de amor, onde o eu lírico é sempre masculino,  a mulher é um amor impossível, pois quase sempre é comprometida ou pertence à uma classe social superior. Nessas cantigas o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada. Ele se põe na posição de vassalo e ela na posição se suserana, comparando ao sistema hierárquico do feudalismo ele  sempre está numa posição inferior à ela e demonstrando, através de suas palavras, a dor causada pelo amor não correspondido.
       Nas cantigas de amigo a mulher é o eu lírico. Nela a mulher fala sobre seu sofrimento à espera do namorado (chamado de amigo). A dor do amor não correspondido, as saudades e o ciúmes estão presentes nas cantigas de amigo. A mulher desabafa o desgosto de ser abandonada pelo amado.
         A relação da morte no trovadorismo está ligada à essas duas cantigas. A dor causada pelos romances levava-os ao desespero, o que os fazia  desejar a morte do que viver na impossibilidade da realização da união com a pessoa amada.

"A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte."


Fonte: http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/literatura/cantigas-predominantes-trovadorismo.html#ixzz3XsNrzlRs

 Classicismo


Vida:

       A vida é bastante valorizada durante o classicismo. O homem desta época é racional, o sentimentalismo é deixado de lado e a razão é predominante. Neste período a igreja já não é o mais importante, ele é marcado pelo antropocentrismo, a preocupação do homem  com ele mesmo, com sua capacidade de cultivar, produzir e conquistar.

O Amor:
           
        Os poetas buscavam analisar o sentimento amoroso de modo racional.
        No classicismo predomina a ideia do amor platônico. Os poetas clássicos revivem a ideia de Platão de que o amor deve ser sublime, elevado, puro e não físico, para eles o verdadeiro amor está no mundo das ideias.
         A mulher era vista como um ser sobrenatural que supre a alma e ajuda seu companheiro.

Amor é um Fogo que Arde sem se Ver

Amor é um fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói, e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer. 

É um não querer mais que bem querer; 
É um andar solitário entre a gente; 
É nunca contentar-se e contente; 
É um cuidar que ganha em se perder; 

É querer estar preso por vontade; 
É servir a quem vence, o vencedor; 
É ter com quem nos mata, lealdade. 

Mas como causar pode seu favor 
Nos corações humanos amizade, 
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Camões)

Barroco

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_do_Barroco


Vida:

            O Barroco reflete o dilema que o homem do séc. XVII vivia. É bastante perceptível as dúvidas humanas entre aproveitar os prazeres da vida ou conserva-se santo. Dentro desse contexto os poemas refletiam as "dúvidas da vida", por exemplo, o bem e o mal, o céu e o inferno.



“Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se tão formosa a Luz é, por que não dura?”.
(Gregório de Matos)



O Amor:

            Oscila entre a atitude contemplativa, o amor elevado e a obscenidade. A postura platônica ainda domina quando o poema é direcionado à uma mulher branca. Já quando se trata de mulheres com classes sociais inferiores o erotismo e o desbocamento são as tônicas.  As visões de mulher espiritualizada e como objeto carnal podem aparecerem um só poema, assim estabelecendo  um conflito.


"Minha rica mulatinha, 
desvelo e cuidado meu, 
eu já fora todo teu, 
e tu foras toda minha;
Juro-te, minha vidinha, 
se acaso minha qués ser,
que todo me hei de acender 
em ser teu amante fino pois 
por ti já perco o tino, 
e ando para morrer."
http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/portugues/lirica

A Morte:
            O barroco determina a existência frequente da ideia da morte. Ele estabelece um pessimismo caracterizando a  morte como a expressão máxima de fuga da vida material. O descontentamento com o mundo e a situação dos homens acarreta o medo da morte.

"Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
 Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
 Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância."
(MATOS, 1998, p. 60)

            "Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. (MATOS, 1998, p. 60)" 

Fonte: https://dialogosliterarios.files.wordpress.com/2012/10/13.pdf

Arcadismo




Vida:
           
A vida simples...

            Os textos no Arcadismo tem grande influência do Iluminismo. São retratadas críticas da burguesia aos abusos da nobreza e do clero. Eles creem que o bem estar coletivo provém da razão.  Neste movimento eles abandonam o exagero do Barroco e buscam pela simplicidade. A objetividade árcade traduz o racionalismo burguês, que além da literatura também se manifesta na filosofia e ciência da época.
             A proposta do ideal de vida do Arcadismo é  baseada na vida campestre e na humildade. O Arcadismo tem como objetivo combater o Barroco, a aristocracia e o modo exuberante de vida.

Soneto
LXIII 

"Já me enfado de ouvir este alarido,
Com que se engana o mundo em seu cuidado;
Quero ver entre as peles, e o cajado,
Se melhora a fortuna de partido.

Canse embora a lisonja ao que ferido
Da enganosa esperança anda magoado;
Que eu tenho de acolher-me sempre ao lado
Do velho desengano apercebido.

Aquele adore as roupas de alto preço,
Um siga a ostentação, outro a vaidade;
Todos se enganam com igual excesso.

Eu não chamo a isto já felicidade:
Ao campo me recolho, e reconheço,
Que não há maior bem, que a soledade."
(Cláudio Manoel da Costa)
O Amor:

                Na poesia árcade as situações amorosas são artificiais. O poeta não fala sobre seus reais sentimentos, normalmente nas poesias encontramos um pastor que confessa seu amor por uma pastora e a convida para aproveitar a vida junto à natureza. O convencionalismo amoroso impedia a livre expressão dos sentimentos, o que mais importava era fazer poemas de amor como os poetas clássicos, e não a expressão de sentimentos.

“Enquanto pasta alegre o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado,
Um pouco medimos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia natureza.”

(recomenda o pastor Dirceu[Tomás Antônio Gonzaga] à sua musa Marília)

A Morte:

              Não é tão fácil achar algo sobre a morte no arcadismo. Esse movimento literário é marcado pela naturalidade, sendo assim a morte não é falada de modo exuberante, mas sim como parte natural da vida.
        
    MORTE DE LINDÓIA (fragmento)
"Este lugar delicioso e triste
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva e nas mimosas flores, 
Tinha a face na mão, e a mão no tronco
De um fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto
Descobrem que se enrola em seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim, sobressaltados,
E param cheios de temor ao longe,
E nem se atrevem a chamá-la, e temem
Que desperte assustada, irrite o monstro
E fuja, e apresse no fugir a morte.(...)"

            "Maquinações de Balda. Pretende entregar Lindóia e o comando dos indígenas a outro. O episódio mais importante: a morte de Lindóia. Para não se entregar a outro homem, deixa-se picar por uma serpente. Os padres e os índios fogem da sede, não sem antes atear fogo em tudo. O exército entra no templo."

              "O poema é escrito em decassílabos brancos, sem divisão em estrofes, mas é possível perceber a sua divisão em partes: proposição, invocação, dedicatória, narrativa e epílogo. Abandona a linguagem mitológica, mas ainda adota o maravilhoso, apoiado no feiticismo indígena. Foge, assim, ao esquema tradicional, sugerido pelo modelo imposto em língua portuguesa, Os Lusíadas. Por todo o poema, perpassa o propósito de crítica aos jesuítas, que domina a elaboração do poema."
Fonte: http://www.poetaslivres.com.br/literatura/portuguesa/arcadismo.html


Romantismo


Vida:

            Do racionalismo saímos, entrando agora no mundo Romântico. Os jovens românticos partem para o mundo do universo do inconsciente, eles acreditam na alteração da realidade, esta onde agora o homem não pertence só a razão, mas também ao sentimento.
            A criação artística presente neste movimento nos torna livre, nos permite sentir, perceber coisas que vão além do mundo da lógica. Os homens deste período desenvolvem seu auto conhecimento. Eles buscam os princípios da visão romântica da vida para se afastar dos excessos materialistas e  racionais.

O Amor e a Morte:

            Durante o Romantismo o homem idealizava a mulher como uma deusa. A mulher nesta época era vista como algo inatingível, por isso o amor é quase sempre descrito como espiritual e inalcançável.
            A frustração de não encontrar a mulher de seus sonhos, ou muitas vezes encontrá-la e a perder, o romântico entrava em constante devaneio. O choque com a situação fazia com que ele ao escrever buscasse a fuga da realidade, que podia ser o passado,o futuro ou até mesmo a morte.
             O texto do Romantismo é direcionado ao homem burguês, ele diante da impossibilidade de realizar seu sonho, o sonho do "eu", cai em profunda tristeza, angustia e solidão, muitas vezes leva-se ao suicídio para solucionar o mal do século. A idealização da vida perfeita do homem romântico causa enorme contraste com sua vida real, fazendo com que ele acredite que a morte é um destino melhor do a realidade.

Se eu morresse amanhã!

Se eu morresse amanhã,viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que amanhã!
Eu pendera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que dove n'alma
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito,
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
(Álvares de Azevedo (1831 - 1852))

"Também desta vida à campa
Não transporto uma saudade.
Cerro meus olhos contente
Sem um ai de ansiedade.

E como autômato infante
Que inda não sabe sentir,
Ao pé da morte querida
Hei de insensato sorrir.

Por minha face sinistra
Meu pranto não correrá.
Em meus olhos moribundos
Terrores ninguém lerá.

Não achei na terra amores
Que merecessem os meus.
Não tenho um ente no mundo
A quem diga o meu - adeus.

Não posso da vida à campa
Transportar uma saudade.
Cerro meus olhos contente
Sem um ai de ansiedade.

Por isso, ó morte, eu amo-te, e não temo:
Por isso, ó morte, eu quero-te comigo.
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo."

(JUNQUEIRA FREIRE. Morte. In: ANTONIO CANDIDO E CASTELLO,J.)





Fontes:

·         https://dialogosliterarios.files.wordpress.com/2012/10/13.pdf

·         http://romantismo-21b.blogspot.com.br/p/alguns-poemas-do-romantismo.html

·         http://aprovadonovestibular.com/romantismo-caracteristicas-autores.html

·         http://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo01b.php

·         http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/portugues/literatura_portuguesa/autores/lit_port_bocage_sonetos


·         http://www.soliteratura.com.br/arcadismo/arcadismo04.php

·         http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-portugues/arcadismo-2

·         http://www.infoescola.com/literatura/arcadismo/

·         http://www.mensagenscomamor.com/poemas-e-poesias/poemas_gregorio_de_matos.htm

·         http://www.mundovestibular.com.br/articles/5283/1/Classicismo/Paacutegina1.html

·         http://www.infoescola.com/literatura/classicismo/

·         http://www.suapesquisa.com/biografias/camoes1/

·         http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/trovadorismo-literatura-portuguesa-caracteristicas-principais-dicas-questoes-comentadas-598921.shtml

·         http://www.jornaldastribos.com.br/trovadorismo-o-que-foi-cantigas-resumo/

·         http://valiteratura.blogspot.com.br/2011/03/trovadorismo-cantigas-e-prosa-medieval.html

·         http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/trovadorismo-literatura-portuguesa-caracteristicas-principais-dicas-questoes-comentadas-598921.shtml

  • http://blogdoenem.com.br/trovadorismo-literatura-enem/

Alun@s:

            Paula Adriana Alves Sousa
            Joice Mitsue Ishii
            João Eduardo Souza

4 comentários:

  1. Paula! Que lindas essas imagens <3 <3.<3!!!

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  2. Em tempo, lembro que Romantismo, Arcadismo e demais movimentos literários devem ser grafados com inicial maiúscula, por se tratar de nomes próprios.

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  3. Olá, Paula, Joice e João,

    reescrevo o primeiro comentário - ou o que tenho memória do que escrevi.
    O trabalho ficou excelente, a escolha do conteúdo ficou adequada, a análise dos períodos e temas foi realizada com sensibilidade.
    As imagens agregaram mais possibilidades de leitura ao texto escrito. O que faltou? Bem, gostaria de ter lido um texto em que o diálogo entre os movimentos ficasse mais evidente.

    Abraço,
    Professora Luciana

    ResponderExcluir
  4. Olá, Paula, Joice e João,

    reescrevo o primeiro comentário - ou o que tenho memória do que escrevi.
    O trabalho ficou excelente, a escolha do conteúdo ficou adequada, a análise dos períodos e temas foi realizada com sensibilidade.
    As imagens agregaram mais possibilidades de leitura ao texto escrito. O que faltou? Bem, gostaria de ter lido um texto em que o diálogo entre os movimentos ficasse mais evidente.

    Abraço,
    Professora Luciana

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