A Liberdade guiando o povo.

A Liberdade guiando o povo.
Delacroix é considerado o mais importante representante do romantismo francês. Na sua obra convergem a voluptuosidade de Rubens, o refinamento de Veronese, a expressividade cromática de William Turner e o sentimento patético de seu grande amigo Géricault. O pintor, que como poucos soube sublimar os sentimentos por meio da cor, escreveu: "…nem sempre a pintura precisa de um tema". E isso seria de vital importância para a pintura das primeiras vanguardas.

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terça-feira, 21 de abril de 2015

O Romantismo na América


O romantismo foi um movimento cultural, literário e artístico marcado pelo individualismo e nacionalismo além da valorização das emoções e da liberdade de criação, ele se iniciou na Europa, século XVIII, e durou grande parte do século XIX, no qual, durante esse período, se espalhou pelo mundo.

No “Novo Continente”, o romantismo ganhou algumas características próprias, tais como o transcendentalismo que levava o individualismo ao extremo. Exemplos de obras com essa característica são: “A Natureza” de Ralph Waldo Emerson e “Canção de Mim Mesmo” de Walt Whitman, ambos autores norte-americanos.
Os Estados Unidos tiveram um período muito importante marcado pelo romantismo, e por sua característica individualista que teria influenciado a colônia a conquistar emancipação política de sua metrópole. Nele, poetas como Edgar Allan Poe e Herman Melville se destacaram no romantismo sombrio, (um subgênero literário) com suas respectivas obras o “corvo” e “Moby Dick”.

 
Edgar Allan Poe, fortemente influenciado por poetas ingleses, exibia em seu trabalho um pouco do gótico e do idealismo. O que diferenciava Allan Poe de outros escritores góticos foi uma de suas “filosofias”, “o homem era o criador de seus próprios fantasmas”, pois autores da época mostravam o sobrenatural, enquanto ele via o homem e sua loucura como os responsáveis em suas histórias.
O romantismo também foi muito influente no México, onde temos como exemplo a obra O Periquillo Sarniento, um romance escrito por José Joaquín Fernández de Lizardi, que pode ser considerado um dos primeiros romances escritos na América Latina, que tem um aspecto romântico por conta da expressão do nacionalismo, e por mostrar personagens característicos do seu local de origem.
Outro país com forte influência do romantismo foi a Venezuela com destaque do escritor José Antonio Maitin com sua popular escritura Cantos Fúnebres, fortemente atraído por poetas românticos Ingleses. Foi considerado “o fundador” do romantismo na Venezuela.

 No Brasil o marco inicial do romantismo foi “Suspiros Poéticos e Saudades” de Gonçalves de Magalhães que é marcado pelo nacionalismo e a lusofobia que se tornaram comuns na literatura da época devido à independência representado também em autores como Gonçalves Dias. A visão da morte como o fim de problemas está muito presente na obra “Lucíola(escrita pelo autor brasileiro José de Alencar) em que destacamos seu fim, o qual mostra que ela só obtém a paz que busca após sua morte. Esse movimento também foi a chave da crítica brasileira sobre alguns aspectos sociais ocorridos na época, como mostra o “Poeta dos Escravos”, Castro Alves, que não só destaca uma forma de amor diferente da visão de alguns autores da época como faz suas críticas sociais. Já Álvares de Azevedo expressa em suas obras os seus sentimentos, também tendo a morte como forte marcação em seus textos, contando com a imaginação. Casimiro de Abreu teve como expressiva inspiração Gonçalves Dias, mostrando em suas poesias uma certa “nostalgia” falando mais sobre sua infância e ícones de sua família, uma de suas principais obras foi “Meus Oito Anos”. Outro poeta do século XIX é Junqueira Freire, com sua principal obra sendo “Contradições poéticas” que mostra algumas de suas “marcas” como o pessimismo em relação à vida e o gosto pelo pecado, além de demonstrar o gosto e a aceitação da morte.

O Corvo
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.
Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".
Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".
Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".
A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!
Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,                       
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
           Libertar-se-á... nunca mais!

O poema tem ideais do romantismo, tais como a expressão das emoções, também mostra o apreço pela morte(de uma  maneira contraditória, pois o eu lírico passa o poema tentando evitar o corvo mas ao mesmo tempo não quer se esquecer das lembranças que ele traz, que são as lembranças da morte de sua amada). O poema também mostra o ideal grotesco e a fuga da realidade ao mostrar o eu lírico conversando com um corvo.


Referências:
http://www.brasilescola.com/literatura/romantismo.

http://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo02.php

 http://www.soliteratura.com.br/romantismo/

 http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/portugues_trabalhos/romantismo.htm

http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-literarios/romantismo-terceirageracao.
html

 http://www.brasilescola.com/literatura/alvares-de-azevedo.

http://educaterra.terra.com.br/literatura/romantismo/romantismo_32.htm

http://www.brasilescola.com/literatura/junqueira-freire.htm

https://cartaroubada.wordpress.com/2012/03/29/romantismo-americano-com-edgar-allanpoe-uma-pequena-introducao/abemosdetudo.com/educacao/ask87862- Eu_me_pergunto_se_o_Periquillo_Sarniento_corresponde_ao_movimento_neoclassico_ou_ hispanoame_Romantismo.html

http://venezuelacultura.blogspot.com.br/2007/11/literatura-na-venezuela.html

http://www.mcnbiografias.com/app-bio/do/show?key=maitin-jose-antonio

Alunos:
Fabio Luis K. Say
Matheus Trech Lima 
Rafael Debur Bernert
Sabrina Werzel Bassai

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