A Liberdade guiando o povo.

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Delacroix é considerado o mais importante representante do romantismo francês. Na sua obra convergem a voluptuosidade de Rubens, o refinamento de Veronese, a expressividade cromática de William Turner e o sentimento patético de seu grande amigo Géricault. O pintor, que como poucos soube sublimar os sentimentos por meio da cor, escreveu: "…nem sempre a pintura precisa de um tema". E isso seria de vital importância para a pintura das primeiras vanguardas.

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terça-feira, 21 de abril de 2015

Romantismo no Brasil - 1ª Geração

A primeira geração do romantismo no Brasil, de 1836 a 1852, foi caracterizada principalmente pelo indianismo e o nacionalismo.  Nessa fase o homem percebeu a necessidade de fugir da realidade pois se sentia em desajuste com a sociedade, portanto voltava ao passado.
O termo “voltar-se ao passado” tem a função de relembrar o que aconteceu na história. Quando nos referimos ao passado europeu lembramos-nos da idade média, mas no caso da 1ª geração do romantismo no Brasil relembrar o passado é redescobrir o país antes da chegada dos europeus, quando existiam apenas as tribos indígenas por aqui.
O romance indianista foi o gênero que trouxe mais popularidade para o escritor José de Alencar que foi o maior autor da prosa romântica no Brasil, considerado o pai dos Romances indianistas. Um exemplo é esse trecho de Iracema, de José de Alencar:
 “Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta.” 
 Nesse romance escrito em 1865, o escritor apresenta uma visão poética da formação do povo brasileiro. De acordo com sua “lenda”, ele tem origem na união do índio, representado por Iracema, a “virgem dos lábios de mel”, já o branco europeu, foi representado pelo guerreiro Martim. Repare que o negro ficou de fora do projeto nacionalista-literário da primeira geração do romantismo no Brasil.
A figura do índio é idealizada aqui no Brasil pois é considerado antepassado nacional puramente brasileiro e não europeu (como os cavaleiros medievais).
Juntamente com o indianismo, o que caracterizou a 1ª geração também foi o nacionalismo, pois além de reconhecer o índio como um símbolo nacional, os primeiros autores verão a necessidade de criar uma identidade brasileira.

Gonçalves Dias considerado protagonista da 1ª geração do romantismo no Brasil apesar de não ter introduzido o gênero no Brasil (papel realizado por Gonçalves de Magalhães ) foi um grande escritor, com grandes obras nacionalistas e responsável pela consolidação do gênero no pais.
Os versos de Gonçalves Dias, do poema Canção do Exílio (1843), um dos mais citados em nossa cultura é um ótimo exemplo:

“Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá;

As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá”

O eu lírico, afastado de seu país, se volta seu pensamento para a natureza, considerando como um lugar de refúgio para os angustiados e desesperados.

Escritores:

Na poesia da primeira geração, a escrita buscava o nacionalismo.  Outras tendências são observadas nas prosas da época como o romance regionalista, o romance histórico e o romance urbano. Exemplos de escritos são:

Poesia
- Gonçalves Dias (1823 - 1864)
- Casimiro de Abreu (1839 - 1860)

Prosa 

- José de Alencar (1829 - 1877)
- Joaquim Manuel de Macedo (1820 - 1882)
- Manuel Antônio de Almeida (1831 - 1861)

Obras:

Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811-1882)

Poeta considerado o fundador do Romantismo Brasileiro, Gonçalves de Magalhães, recebeu o título de "Visconde Araguaia". Algumas de suas obras: O poeta e a Inquisição (1839), Suspiros Poéticos e Saudades (1836), Os indígenas do Brasil perante a História (1860), A Confederação dos Tamoios (1857).

Gonçalves Dias: Sua obra poética voltada à 1ª geração no romantismo no Brasil foi a nacionalista (exaltação da pátria distante – “Canção do Exílio”) e a Indianista (o índio como símbolo nacional brasileiro –“I-Juca Pirama”).


José de Alencar: Suas obras mais voltadas para o indianismo como “O Guarani”, além de outros clássicos como “Iracema” e “Ubirajara”.

Análise: Canção do exílio (Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar sozinho, à noite
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 

Sendo uma das principais características da primeira geração do romantismo no Brasil, o nacionalismo está claramente presente no poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias. Como no verso: “… As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. ’’, em que podemos perceber a forte valorização da terra natal e dos elementos que a compõem, ou seja, a natureza. Além disso, neste mesmo verso está exemplificado o afastamento espacial, sendo outra característica do Romantismo.    
Gonçalves Dias

Referências: 

http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-literarios/romantismo-primeira-geracao.html

 https://campoliterario.wordpress.com/2013/07/27/analise-poetica-cancao-do-exilio/

Alunos:

Felipe de Medeiros
Fernando Zanutto
Luiz Miguel
João Marcos
Henrique Salmon

Um comentário:

  1. Olá, Meninos,

    vocês desenvolveram o trabalho parcialmente, pois não discorreram sobre o contexto histórico.
    Desejo maior atenção e sucesso nos próximos trabalhos.

    Professora Luciana

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