Gonçalves Dias , autor brasileiro do período romântico, definiu esse período basicamente pelos conteúdos abordados nele e suas características quanto à forma. Na visão dele, o romantismo:
“É um livro de poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço; ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios do cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre os túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. Poesias d’alma e do coração, e que só pela alma e pelo coração devem ser julgadas. Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material das estrofes, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as idéias como elas se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração; além de que, a igualdade de versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estrofes produz uma tal monotonia, que jamais podem agradar.”
I - Juca-Pirama
VI
Gonçalves Dias
-" Filho meu, onde estás?"
-"Ao vosso lado;
Aqui vos trago provisões: tomai-as,
As vossas forças restaurai perdidas,
E a caminho, e já!"
-"Tardaste muito!
Não era nado o sol, quando partiste,
E frouxo o seu calor já sinto agora!"
-"Sim, demorei-me a divagar sem rumo,
Perdi-me nestas matas intrincadas,
Reaviei-me e tornei; mas urge o tempo;
Convém partir, e já!"
-"Que novos males
Nos resta de sofrer? - que novas dores,
Que outro fado pior Tupã nos guarda?"
-"As setas da aflição já esgotaram,
Nem para novo golpe espaço intacto
Em nossos corpos resta."
-" Mas tu tremes!"
[...]
[2]
[2] Coletânea Clássicos da Poesia Brasileira;LIVRO,pág.81.
Grupo 3: Amanda, Bruno e Emanuelli.
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